Publicada em 22/01/2020 às 15:45
O Alzheimer assusta todo mundo: estima-se que quase 50 milhões de pessoas tenham algum tipo de demência no planeta, número que vai ser duplicado nos próximos 20 anos. Essa explosão nas estatísticas está relacionada com o aumento na expectativa de vida da população, uma vez que o envelhecimento é o principal fator de risco para a destruição de estruturas essenciais para o funcionamento dos neurônios. Mas como distinguir os primeiros passos de uma doença do “brancos” inofensivos?
Esse foi o tema de uma conferência com o neurocientista argentino Ricardo Allegri, do Instituto de Investigações Neurológicas de Buenos Aires, durante o Congresso Mundial de Cérebro, Comportamento e Emoções, realizado em Porto Alegre durante o mês de junho. Inclusive porque pequenas falhas de memória são naturais e acontecem com o passar dos anos — até 70% dos indivíduos com 70 anos reclamam de dificuldades para se recordar das coisas.
De acordo com sua aula, é normal que idosos levem mais tempo para aprender coisas novas e se lembrar de detalhes específicos de uma situação. Eles também se distraem mais facilmente. “Nesse caso, a queixa vem mais da própria pessoa do que de familiares ou amigos”, relata Allegri.
Na contramão, o esquecimento que preocupa pra valer tem características distintas. “O paciente apresenta uma dificuldade tremenda para recordar datas e eventos recentes, apaga completamente um episódio que vivenciou, repete as mesmas questões diversas vezes, se perde no lugar e não consegue seguir direções”, elenca o especialista. Também é comum que as reclamações sobre esses sintomas partam mais de parentes e colegas do que do próprio acometido pelo descompasso neuronal.
Diante dos sinais, é importante consultar o médico para tirar todas as dúvidas e realizar alguns exames. A detecção de Alzheimer envolve uma extensa investigação por meio de avaliações neurológicas no consultório e testes de imagem, como a ressonância magnética e a tomografia. Iniciar o tratamento com antecedência atrasa a evolução do quadro e aumenta a qualidade de vida.
Fonte: saude.abril.com.br
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