Publicada em 22/07/2019 às 08:32
A tomografia computadorizada é um exame que utiliza a interação de raios X com as diversas estruturas do corpo humano para compor imagens que reproduzam a anatomia dos diferentes órgãos e sistemas. Seu uso em Cardiologia ganhou particular interesse após o desenvolvimento da tecnologia de múltiplos detectores, que passou a facultar o registro de centenas de imagens por segundo. Esse avanço tornou possível documentar o coração e, em especial, as artérias coronárias, a despeito da complexa movimentação característica das câmaras cardíacas.
A principal aplicação da tomografia na Cardiologia é a pesquisa não invasiva de doença arterial coronariana. Isso pode ser feito sem o emprego de meio de contraste para determinar o índice de calcificação das coronárias. Existe íntima correlação entre a presença de cálcio nessas artérias e a incidência de eventos cardiovasculares adversos. É importante lembrar que a quantificação de cálcio coronariano não determina se há ou não obstrução nas artérias cardíacas, mas é, sim, um sensível marcador de risco em pacientes assintomáticos.
Por outro lado, a contribuição desse exame é muito limitada diante da presença de qualquer tipo de sintoma ou de sinais de isquemia em outros métodos diagnósticos não invasivos. Em tais casos, está indicada a realização da angiotomografia de coronárias. Para essa análise, injeta-se, no paciente, cerca de 1 mL/kg de meio de contraste iodado, muitas vezes associado ao uso de vasodilatadores coronarianos e betabloqueadores, e obtém-se a reprodução da anatomia coronariana.
A angiotomografia das artérias coronárias tem elevado valor preditivo negativo e valor preditivo positivo crescente, podendo fornecer dados fundamentais para a condução clínica adequada nas condições clínicas descritas acima. Além disso, é um exame seguro, que apresenta reduzidas taxas de complicações.
Principais indicações da angiomotografia de coronárias:
• Avaliação não invasiva da dor torácica aguda
• Aprimoramento da estratificação de risco não invasiva em pacientes com sintomas atípicos de insuficiência coronariana
• Complementação da análise não invasiva de doença coronariana em casos de exames não invasivos conflitantes (por exemplo, teste ergométrico e cintilografia, cintilografia e ecocardiograma, entre outros)
• Investigação de quadro clínico suspeito, mas não definitivo, de insuficiência coronariana em pacientes com risco pré-teste intermediário
• Análise de alterações inesperadas e aparentemente inexplicáveis na apresentação clínica de pacientes com risco pré-teste intermediário
• Acompanhamento não invasivo tardio de pacientes submetidos ao implante de stents ou à cirurgia de revascularização do miocárdio
Fonte: www.fleury.com.br
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