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Radiologia

Exames de ressonância magnética podem identificar distúrbios psicológicos

Publicada em 13/06/2019 às 10:40

A possibilidade de detecção de transtornos pelos exames de imagem não é exatamente uma novidade. Estudos em radiologia tentam encontrar alguma evidência em diagnósticos há pelo menos dez anos.

No entanto, a dificuldade consiste em comprovar se os exames demonstram características estruturais ou captam apenas impressões momentâneas – tristeza, raiva, nervosismo.

Agora, uma pesquisa intitulada Functional Brain Networks Are Dominated by Stable Group and Individual Factors, Not Cognitive or Daily Variation comprovou que os exames demonstram, de fato, as características de cada indivíduo. O estudo foi publicado em abril no periódico Neuron.

 

A partir da análise de conectividade funcional por ressonância magnética (fcMRI), os pesquisadores acreditam ser possível detectar disfunções no cérebro.

“É estimulante pensar que essas diferenças individuais possam estar relacionadas à personalidade, capacidade cognitiva ou doenças psiquiátricas. Com esse trabalho, sabemos que temos uma ferramenta confiável para estudar essas possibilidades”, afirma Caterina Gratton, pesquisadora em psicologia e neurociência da Universidade de Northwestern, no Illinois, EUA. Uma das autoras do estudo, ela comenta as descobertas em entrevista ao jornal eletrônico ScienceDaily.

Com as imagens obtidas, os cientistas puderam avaliar como funcionam as redes de atividades cerebrais. A façanha foi possível graças à amostra coletada: o estudo analisou varreduras funcionais de fcMRI em nove pacientes durante o período de dez horas.

 

Como funciona a ressonância magnética

Empregado na pesquisa e análise das mais variadas doenças, o exame de ressonância magnética pode diagnosticar desde doenças como esclerose múltipla, câncer e esteatose hepática até fraturas e infecções.

A máquina funciona com um potente campo magnético agindo sobre os prótons do corpo humano, que acabam sendo sensibilizados de maneira uniforme.

Na sequência, um campo magnético oscilatório é emitido por radiofrequência e obedece ao ritmo desses prótons. Uma vez cessado, o campo magnético “devolve” a energia absorvida no processo, permitindo a formação de imagens através da decodificação de sinais por computadores.

 

Geradas em altíssima resolução, essas imagens ficam disponíveis para impressão – e a consequente interpretação dos profissionais envolvidos.

Para a identificação de distúrbios psicológicos, as varreduras criam um mapa da superfície cerebral capaz de demostrar mudanças de atividade em longos períodos.

 

No estudo realizado nos Estados Unidos, as imagens foram captadas enquanto os voluntários realizavam diversas tarefas – incluindo leitura, exercício de memória e descanso. A partir daí, eles dividiram a superfície externa do cérebro em 333 regiões para identificar como as redes cerebrais ativavam e desativavam áreas cerebrais em diferentes pacientes.

A descoberta foi de que as redes não sofrem alterações. Ou seja, elas apresentam sinais estruturais dos pacientes. “Descobrimos que as redes funcionais são dominadas por princípios organizacionais comuns e características individuais estáveis, com contribuições substancialmente mais modestas do estado-tarefa e da variabilidade do dia-a-dia”, indica um trecho do estudo.

Assim, a análise permitiria comparar as diferenças no cérebro de indivíduos saudáveis e de pessoas com distúrbios psicológicos.

 

De acordo com os autores, a pesquisa tem caráter inicial – e deve suscitar novos estudos em conectividade funcional por ressonância magnética. “Precisamos de mais dados antes que possamos saber qual é a variação normal na população em geral, mas as diferenças individuais foram realmente fáceis de apreender”, complementa Caterina.

Fonte: www.secad.com.br

 

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